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A criança do analista: Contratransferência e subjetividade na clínica psicanalítica infantil

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Paulo Rios Psicólogo.  📧 paulorios@email.com Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar e desenvolver o conceito de criança do analista , formulado a partir de experiências clínicas e de reflexões sobre a escuta psicanalítica na clínica com crianças. A noção propõe pensar os atravessamentos afetivos, inconscientes e simbólicos que a criança analisanda mobiliza no analista, convocando zonas regressivas, identificações primárias e fantasias arcaicas. Ao articular autores como Freud, Winnicott, Heimann, Racker, Bion e Pontalis, o trabalho destaca como a contratransferência se torna um campo privilegiado de emergência desse fenômeno. A criança do analista não se refere a uma identidade infantil fixa dentro do psicanalista, mas à irrupção de conteúdos que atualizam experiências precoces, muitas vezes inconscientes, no corpo e na escuta do analista. Tal perspectiva amplia a compreensão da posição analítica na clínica infantil, enfatizando a importância da supervisão, da elaboraçã...

Feridas emocionais silenciosas: como a psicanálise pode ajudar a entender os padrões que se repetem

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 Você já se pegou repetindo escolhas que te fazem mal, mesmo sabendo que não te fazem bem? Já percebeu que, por mais que mude o cenário, as histórias parecem sempre se repetir? Na clínica psicanalítica, esse é um fenômeno muito comum. Nem toda ferida emocional grita. Algumas sussurram. Elas aparecem como hábitos inconscientes, como padrões afetivos, como silêncios que pesam, como reações que nem sempre conseguimos explicar. 🔁 O que são repetições inconscientes? Freud foi o primeiro a apontar que o ser humano, muitas vezes, está preso a um “compulsão à repetição”: uma tendência inconsciente de reviver situações que nos marcaram, mesmo que nos causem dor. Isso acontece porque o psiquismo busca, de maneira simbólica, resolver traumas antigos, ainda que de forma disfuncional. Na prática, isso pode se manifestar de diferentes formas: Relações amorosas em que você sempre se sente rejeitado(a) ou inferior; Posturas de autossabotagem diante de conquistas; Ansiedade sem causa ...

Quando o Silêncio Fala: O Que a Psicanálise nos Ensina Sobre o Inconsciente e a Saúde Mental

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  Você já sentiu um incômodo profundo mesmo sem saber exatamente o porquê? Já esteve em silêncio, mas com pensamentos barulhentos, confusos, intensos? Na psicanálise, aprendemos que o silêncio pode ser uma das formas mais potentes de expressão do inconsciente. O que é o inconsciente? Segundo Freud, o inconsciente é a parte da mente onde estão guardados desejos reprimidos, memórias esquecidas e conflitos não resolvidos. São conteúdos que influenciam nossos comportamentos, emoções e decisões, mesmo sem que tenhamos consciência disso. O silêncio, muitas vezes, é o caminho por onde essas questões emergem. Quando o silêncio fala mais alto Nem sempre o silêncio é sinônimo de paz. Às vezes, ele é o sintoma de algo não dito, não elaborado. Pode representar tristeza, ansiedade, medo, vergonha — afetos que não encontram palavras e, por isso, se expressam no não falar. Exemplos comuns onde o silêncio pode ser sinal de algo mais profundo: Pessoas que evitam falar sobre determinados assuntos...

Cansaço emocional: entenda os sinais e como a psicanálise pode ajudar

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  Você tem se sentido cansado mesmo depois de dormir bem? Sente que está desmotivado, sem energia e com dificuldade de concentração, mesmo sem ter feito muito esforço físico? Esses podem ser sintomas do cansaço emocional — uma condição comum, mas muitas vezes negligenciada. Neste post, você vai entender o que é cansaço emocional, quais são seus sinais, causas e como o processo terapêutico, especialmente pela psicanálise , pode ser um caminho para recuperar o equilíbrio e o bem-estar psíquico. 🧠 O que é cansaço emocional? O cansaço emocional é um tipo de esgotamento que não se manifesta no corpo, mas na mente. Ele surge quando estamos sobrecarregados por preocupações, pressões internas e externas, conflitos mal resolvidos ou excesso de responsabilidades emocionais. Diferente do cansaço físico, que melhora com descanso, o cansaço emocional persiste mesmo após dormir ou tirar folgas. Isso acontece porque sua raiz não está no corpo, mas na alma — nas emoções e pensamentos que c...

Gatilhos emocionais: entenda o que são e como tratá-los com a psicanálise

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  Você já sentiu uma reação emocional intensa diante de uma situação aparentemente pequena? Pode ser uma crítica, um silêncio, um olhar — e, de repente, uma onda de tristeza, raiva ou medo toma conta de você. Isso pode ser um gatilho emocional . Na psicanálise, entendemos que esses gatilhos emocionais são pistas importantes do que está guardado no nosso inconsciente . São respostas automáticas, emocionais e, muitas vezes, desproporcionais, ligadas a vivências passadas que ainda nos afetam, mesmo que não tenhamos consciência disso. 🧠 O que são gatilhos emocionais? Os gatilhos emocionais são estímulos que despertam sentimentos intensos e, por vezes, difíceis de entender. Eles podem ser internos (um pensamento, uma memória) ou externos (uma situação ou pessoa), e geralmente ativam emoções como medo, raiva, tristeza ou vergonha. O que torna um gatilho tão impactante não é o que acontece no presente, mas o que ele ativa dentro de nós — memórias emocionais de situações vividas anterio...

O que você evita sentir talvez seja exatamente o que precisa ser escutado

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  Em tempos de constante distração, é fácil deixar de lado o que sentimos. A correria da vida, os compromissos, as redes sociais — tudo parece conspirar para que a gente silencie o que incomoda. Mas, na clínica psicanalítica, aprendemos algo fundamental: aquilo que evitamos sentir tende a retornar, e quase sempre retorna com mais força . Seja por meio de sintomas físicos, sonhos estranhos, ansiedade, irritabilidade ou até mesmo um cansaço sem explicação, o que não é dito, sentido ou simbolizado não desaparece — apenas muda de forma. A evitação como defesa psíquica Na teoria psicanalítica, especialmente desde Freud, aprendemos que o ser humano desenvolve mecanismos de defesa para lidar com angústias internas. Um desses mecanismos é a evitação : afastar da consciência pensamentos, sentimentos ou memórias que provocam dor. Em outras palavras, o sujeito “não quer saber” de algo que o afeta, ainda que inconscientemente. Esse processo está ligado ao recalque , um conceito central da psic...

Nem tudo que dói é doença: como a psicanálise escuta o sofrimento sem diagnóstico

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  Em tempos marcados pela lógica da produtividade e da performance, é comum que nossas dores emocionais sejam rapidamente interpretadas como falhas, distúrbios ou disfunções. A cultura do diagnóstico, embora importante para muitos casos clínicos, também pode nos afastar da singularidade de cada sofrimento. Afinal, nem toda dor é doença — às vezes, é apenas um pedido silencioso de escuta. Essa é uma ideia central dentro da psicanálise , que desde Freud (1917/1996) compreende o sofrimento psíquico como parte constitutiva da experiência humana. Freud afirmava que a psicanálise não busca apenas curar, mas "tornar suportável o sofrimento da vida” . Isso significa que, ao invés de suprimir o sintoma, a escuta psicanalítica propõe compreender o que ele tem a dizer. Sintoma: um pedido de sentido Para a psicanálise, o sintoma é uma formação do inconsciente. Ele não é apenas algo a ser eliminado, mas algo que carrega um sentido inconsciente, uma mensagem cifrada da história do sujeito. Com...

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