Você jura que será diferente. Diz que vai se priorizar. Mas quando menos espera, está ali: mais uma vez envolvida com alguém que te diminui, te confunde, te fere — mesmo sem bater.
Você se pergunta: “Por que eu me coloco nessas relações?”
A resposta nem sempre está no outro.
Às vezes, ela mora em um lugar mais profundo: na forma como você aprendeu a desejar.
Repetimos para reencontrar o que faltou
Na psicanálise, entendemos que o amor que buscamos nem sempre é o que precisamos, mas o que conhecemos.
Se alguém cresceu acreditando que amor era ausência, indiferença ou instabilidade, é provável que deseje — inconscientemente — esse mesmo padrão.
Não por escolha racional, mas por estrutura subjetiva.
“A dor pode ser um laço, quando o amor nunca foi.”
O que se repete não é só o outro — é a posição subjetiva que ocupamos na relação: a que sofre, a que espera, a que se culpa.
O retorno do mesmo
A repetição, para Lacan, não é uma simples recaída. É a tentativa de simbolizar algo que ainda não pôde ser elaborado.
Assim, o sujeito retorna à mesma cena, não por prazer, mas por insistência.
Como se dissesse, sem saber: “desta vez vai ser diferente”.
Mas não é. Porque o enredo inconsciente é o mesmo.
“Não é que você escolha a pessoa errada. É que você, muitas vezes, se escolhe no lugar errado.”
A função da análise: escutar o desejo
Na clínica, não dizemos o que fazer.
Mas escutamos o que se repete — não para cortar o ciclo, mas para dar nome ao que nele insiste.
É nesse espaço de fala que, pela primeira vez, o sujeito pode escutar a si mesmo.
E assim, aos poucos, abrir margem para escolhas que não reproduzam o que machuca.
Conclusão:
Se você sente que sempre acaba no mesmo tipo de relação, talvez o problema não seja o outro.
Talvez seja a história que você repete com ele — sem perceber.
A boa notícia?
O que se repete pode ser escutado. E o que é escutado… pode ser transformado.
🌿 Não é sobre culpar-se. É sobre encontrar um novo lugar de onde desejar.Se esse texto te tocou, compartilhe. Ou leia de novo, com calma.
Você não está sozinha.
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